A BUCHA E A BROCA

(Um pouco de cultura quântica)

DUDUKA MONTEIRO
3 min readApr 25, 2024

A grande questão em épocas nacionais, estaduais e municipais são as dúvidas sobre o que é público e o que é privado. As pessoas devem se olhar, olhar o outro e dentro de suas casas perguntarem a si mesmos se são e o que é público ou privado. Barão de Itararé dizia que sua vida pública era uma extensão ou continuação da privada?! Imaginem quem tem sua vida privada como extensão ou continuação do público…

Estava pensando nisso quando me deparei com um pequeno problema em casa – fora o velório e sepultamento improvisado e rápido de minha mãe (rápido como as palavras de Che Guevara quando recebeu comenda pelas mãos do presidente do Brasil, Jânio Quadros, lá pelos idos do pré-1964: “- Serei breve, obrigado!”– e nada mais disse. Pois é, morreu poucos anos depois). Como dizem esquisitos: “escreveu não leu, o pau comeu”.

Bem, descobri que meu problema é o pinga-pinga do chuveiro e da pia da cozinha. Em tempos de debates sobre desestatização ou desnacionalização de estatais não há como não desperdiçar água pública nem mesmo privada sem sabermos pra onde estamos indo… (a mídia e a “entertainment industry in the Brazil” só utilizam a palavra “privatização” nesses casos para não ferir sentimentos dos entreguistas e nacionalistas de plantão. Haja fascismo escancarado.).

Como que “hay que ser consequente hasta la final” – pelas minhas lembranças de homens de casa que consertam seus próprios problemas materiais, me veio a mente que a questão é da bucha.

Preciso urgente comprar uma bucha para resolver esse problema. É difícil sobreviver ao barulho do silêncio sem percebermos isso.

Não sejamos bobos nem tolos. Sem pesquisar no Google (pois nem tudo está no Google, inclusive este texto), podemos até saber o que significa a frase composta por poucas palavras: “bucha de canhão”. Podemos defini-la usando apenas a força da imaginação.

Visto isto, perguntemos se na casa do senhor Lula e do senhor Bolsonaro – nessa chatice de se insistir na dualidade tola infinita (isso é que é uma bucha), tem um pinga-pinga de tolices que os atormenta.

Pelo visto, na nossa “cultura quântica”, devemos questionar se o tamanho da bucha a ser resolvida – para o chuveiro, para a torneira da cozinha ou nas nossas vidas, pode ter a mesma medida do problema que só será equacionado quando você souber o diâmetro correto da “peça” que necessita. Não precisamos fazer um tratado de física para resolver esse problema matemático. É tipo saber onde começa a razão, a racionalidade e a hipocrisia ou um Doutorado em Economia em alguma universidade de Pequim… Coisa simples.

Fui lembrado que o atual momento no mundo – devido a expansão bélica com guerras por espaço e domínio (quem é o dono da Lua e de Marte?), não tá fácil.

Dirão alguns que a palavra grega “oikos” pode ser definida pelos planos espiritual (metafísico) e científico (materialista) – ou seja, por religiosos e até mesmo por psiquiatras onanistas.

Pois bem, a gente olha pra nossa casa e pro mundo e se pergunta:

-”Até quando vamos segurar essa bucha. Tá broca, hein!”

Alguém aí tem um bom roteiro?

(Desabafo de um artista anônimo. Texto para a geração bucha e broca, pós poesia concreta. Santos, 24 de abril de 2024)

@duduka

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